Não deve ser nenhuma surpresa que muitos autores ficam receosos quando suas obras são passadas para as telonas. Anthony Burgess detestou a adaptação de Stanley Kubrik para “Laranja Mecânica”. Porém outros, como a autora de “Harry Potter”, J.K Rowling, os receberam calorosamente.
A ansiosamente esperada versão do filme “Twilight” de Stephenie Meyer (previsto para Novembro), tem a autora encantada.
“Enquanto assistia à reprodução de uma cena muito intensa com Bella e Edward, a garota perto de mim, literalmente, deslizou para fora da cadeira,” Meyer disse. “Eu acho que seus ossos derreteram. Ela também pode ter parado de respirar por alguns segundos… eu sei que eu parei.”
A transição para os cinemas raramente é fácil. Após garantir os direitos do filme, os criadores dos filmes têm que receber a benção dos autores antes de adaptarem. Alguns até empregam os autores como consultores, para assegurar que a história permanece intacta – e emprestar ao filme maior credibilidade com os leitores.
“The Surrogates”, quadrinhos de Robert Venditti e artista Brett Weldele, recentemente foi para frente das câmeras em Boston. Ainda que Venditti estivesse cauteloso no começo, ver Bruce Willis escalado como protagonista aliviou o autor.
“Em 2002, pensei que Willis seria a melhor escolha para o papel, porque ele é um dos poucos atores que pode ser tanto convincentemente forte e vulnerável,” Venditti disse.
Venditti também era consultor no roteiro, mas tentou manter suas mãos longe na maioria das vezes e deixar os cineastas fazerem seu trabalho. Ele também fez um esforço para não ser super protetor com o original.
“Algumas mudanças foram feitas [para o filme], mas isso era esperado,” ele disse. “Felizmente, todo o subtexto e personagens que fizeram os quadrinhos bem sucedidos estão lá.”
O grande desafio que cineastas enfrentam para fazer uma boa adaptação é ganhar a audiência dos fãs, que podem ficar desapontados se o que está na tela não combina com a sua própria concepção do original. Mas recriar um livro literalmente é uma tarefa quase impossível, sem mencionar um esforço desnecessário.
“Adaptar um romance para filme parece ser fácil, até você perceber que está limitado ao que você pode ver e ouvir. Não há pensamentos interiores, descrições ou cursos da consciência no filme,” disse o diretor Tom Holland, que dirigiu as adaptações de Stephen King: “Thinner” e “The Langoliers”.
“É muito limitante e liberado, ao mesmo tempo.”
Holland tem, no fim, empacado com material único. Sua série original na web, “5 or die”, estréia online dia 16 de outubro.
E enquanto fãs estão sempre excitados para ver uma representação de seus contos favoritos, o que interessa no final é se ele se mantém como um bom filme.
“As pessoas sempre defendem filmes ruins para mim dizendo ‘Bem, vem do livro’,” Bryan Norton, um professor da Academia de Filmes de Nova York. “Minha resposta sempre é ‘É um filme agora. Eu não gastei apenas doze dólares para ter que ler o livro para apreciá-lo, certo?’”
Para ler em inglês, aqui.
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