7 de novembro de 2008

Twilight – Vanity Fair Italy (Tradução)

Meninas, posso apresentar a vocês meu irmão?

Twilight:
Este é Emmet, um dos vampiros da família Cullen, e tem 93 anos. Não acreditam? Olhem à esquerda seu irmão, que tem 108 anos, e é a verdadeira beleza da casa. Chama-se Edward e é o protagonista do filme (e livro) do ano: se quiserem conhecê-lo, virem a página. Mas não deixem que a Bella veja vocês…
Kellan Lutz, 23 anos, Emmet Cullen no filme Twilight, que sairá nas salas italianas dia 21 de novembro. Na página ao lado, em sentido horário, a partir da esquerda, em torno do Robert Pattinson (Edward Cullen), 22 anos; Cam Gigandet (James), 26; Jackson Rathbone (Jasper Hale), 23; Taylor Lautner (Jacob Black), 16, e Kellan Lutz.

Robert Pattinson / Edward: “Desejo (matar) você”

“OMG! CAN’T WAIT 2 C THE MOVIE!!” Que, traduzido do inglês e da anarquia gramatical e ortográfica da escrita veloz dos adolescentes, significa: “Oh, meu Deus! Mal posso esperar para ver o filme!”. “I WILL FOREVER  BE EDWARD’S LOVE” “Serei sempre o amor de Edward”, etc.

Digitando a palavra Twilight no Google, resultam 69 milhões de entradas. Escrevendo, ao invés, Robert Pattinson, o resultado é de 1 milhão e 800 mil entradas, ligadas quase todas a sites onde os adolescentes de todas as partes do mundo, em todas as línguas, declaram seu amor pelo vampiro Edward, personagem central da saga de Twilight, que, a propósito, Robert Pattinson – londrino de 22 anos e de notável, porém ACERBO fascínio – interpreta na versão cinematográfica. Versão que, a quase um mês da estréia nas salas de cinema, é já um fenômeno: os bilhetes para a pré-estréia parcial (25 minutos) no Festival de Roma esgotaram em três minutos.

E antes do filme, era um fenômeno o livro. Aliás, os livros. Stephenie Meyer – que tem 34 anos e nunca viu um filme de vampiro porque sua religião (mórmon) o proíbe, e que conta que escreveu o primeiro livro à mão, com um dos seus três filhos sempre nos braços – vendeu 50 milhões de cópias dos quatro volumes da saga. Se não é Harry Potter, falta pouco (a propósito, Robert Pattinson também estava no set do bruxinho: lembram-se de Cedric Diggory?).

Twilight narra a atração fatal entre uma garota de 14 anos (sic), Isabella (Bella) Swan (interpretada por Kristen Stewart), e Edward Cullen, descendente de um clã de vampiros, dividido entre seu amor por ela e os instintos assassinos de sua natureza. Edward tem 108 anos, mas está preso no corpo de um garoto. “Quantos anos você tem?”, pergunta-lhe Bella. “Dezessete”, responde ele. “Há quantos anos você tem 17?” “Há algum tempo”.

Esqueçam os dentes afiados: os vampiros de Stephenie Meyer não são caricaturas, têm apenas os caninos ligeiramente salientes. Robert Pattinson os têm exatamente assim, e a pele clara também quando não está maquiado: deve ser por isso que Catherine Hardwicke, a diretora, o escolheu entre quase mil candidatos. “Os vampiros de Twilight não parecem vampiros”, me explica Robert, “confundem-se com as pessoas normais em meio às quais vivem. Edward é pálido, é certo, mas é, antes de mais nada, um garoto torturado, assustado por sua força”.

“Em que vocês se assemelham?”

“Em nada. Eu não gosto de beber sangue”.

“Ele voa, é veloz e fortíssimo. Você não gostaria de ter um dos seus super-poderes?”

“Eu gostaria de poder correr como ele. Não morrer também não seria mau”.

“Edward é romântico”.

“Bella é mais. Ele lhe diz ‘Você não tem medo? Cada vez que olho pra você, tenho vontade de te matar’ e ela responde ‘Não me interessa, eu te amo’. Você já ouviu alguma vez algo mais romântico?”

“E você já fez algo assim romântico?”

“Deveria primeiro encontrar a pessoa com quem fazê-lo. Mas no dia em que encontrar ‘aquela pessoa certa’, pode ter certeza, vou aprontar um drama”.

“Deduzo então que você não está comprometido?”

“Humm…”

“Vou tentar adivinhar. Se você fosse preencher seu perfil no Facebook, você não escolheria nem “sentimentalmente ocupado” nem “solteiro”. Você marcaria a opção “é complicado”.

“Digamos que por agora estou apaixonado apenas pelo meu cachorro. A única relação longa e estável que eu já tive: dezessete anos de puro amor”.

“A propósito, como é ter 17 anos para sempre?”

“Um pesadelo. Lembro dos meus 17 anos como o pior momento da minha vida. Estou feliz que tenham passado. Muito melhor ter 22″.

“Também mais divertido? Em Hollywood fotografam você com freqüência passeando”.

“E eu me sinto um idiota. Mesmo quando não bebo, nessas fotos saio com cara de tonto”.

“A desvantagem de ser famoso.”

“Mas eu não sou famoso”.

“Você será em breve. Está pronto para as garotas gritando quando você passar?”

“Alguns gritinhos eu já ouvi. Na estréia de Harry Potter.”

“O sucesso precoce pode causar danos”

“Estou pronto para administrá-los”.

“Dizem que uma das regras é não se transferir para Hollywood”.

“Realmente, não acho que vou fazer isso. Eu gosto de Hollywood – tem o trabalho, tem tudo o que um cara de 22 anos pode desejar, garotas incluído – mas ali se fala só de cinema. Acho que permanecerei em Londres, onde há uma maior variedade de interesses”.

“Falando de interesses diversos, você canta e toca”.

“Tem duas canções minhas no filme. E um trecho de música no piano, uma canção de ninar para Bella”.

“Como você começou a tocar?”

“Quando era criança, meus pais me obrigavam. Até que, aos 15 anos, fiquei obcecado por me tornar um pianista de jazz. Porém eu era muito tímido para tocar em público”.

“Muitos atores dizem ter começado a atuar para superar a timidez”.

“Com certeza me ajudou muitíssimo. Agora não tenho mais medo. Quem sabe um dia consiga me tornar um pianista de piano-bar”.

Os dois apaixonados Robert Pattinson (Edward Cullen) e Kristen Stewart (Bella Swan), 18, em uma cena do filme.

Kristen Stewart / Bella: “Querido, morda meu pescoço”

“Quando comecei a ler o primeiro livro, disse para mim mesma: ‘Entendi tudo, a vítima é ela’, e, pelo contrário, não tinha entendido nada. Bella é a forte”. Em um episódio de Four Seasons de Berverly Hills, Kristen Stewart, 18 anos e 18 filmes, escolhida para interpretar a heroína de Twilight, fala com a vivacidade de um desenho em quadrinhos: “Bella é durona sem saber disso, acredita nos próprios sentimentos – o amor por Edward, acima de tudo – e luta para defendê-los. Não é a garota mais popular da classe, nem de longe. Mas tem força pra dar e vender”.

“E Kristen, como é? Igualmente durona?”

“Às vezes, quando necessário”.

“Dezoito anos e outros tantos filmes…”

“Comecei cedíssimo. Participei de um recital no colégio, tinha um agente na platéia que me perguntou se eu gostaria de fazer um teste e respondi ‘Porque não?’. Minha família trabalhou no mundo do cinema, foi tudo muito natural”.

“Então não te assusta o provável sucesso de Twilight?”

“Tenho medo só de dizer tolices nas entrevistas. Com o resto, não, não estou preocupada. Sei que não enlouquecerei nem me tornarei uma tóxico-dependente”.

“Você tem namorado?”

“Sim. Ele também é ator e está muito orgulhoso de mim. Nos conhecemos desde que eu tinha 13 anos, é meu melhor amigo. Neste momento está sonhando e fazendo planos mirabolantes, sorte dele”.

“Falando em sonhos, o seu qual é?”

“Não acabar como certos colegas super bem pagos que não fazem nada de útil com todo o dinheiro que guardam. Está vendo esse par de sapatos? O produtor – chama-se Toms – manda um par grátis para a África para as crianças que não têm condições de comprá-los a cada par comprado aqui. Gostaria de dar uma mão àquelas cooperativas do Terceiro Mundo que usam as contribuições para iniciar atividades e produzir riqueza. Coisas do tipo. Além disso, gostaria de publicar em um jornal as fotos que eu tiro, ao invés das que tiram de mim. E escrever um livro. É isso, talvez me tornar escritora seja meu maior sonho”.

“Passatempos mais típicos de uma garota de 18 anos? Como ir a festas?”

“Pelo amor de Deus. Detesto o ambiente das boates. Todos te olham como se dissessem: ‘Já tenho meu grupinho de amigos, o que você quer de mim?’ Fazer social numa festa é impossível”.

“Então o que você faz quanto não está no set de gravação?”

“Leio, toco violão, divirto-me com meus três cães, vou ao cinema com meus amigos”.

“Nada de escola?”

“Não, parei. O primeiro ano da faculdade foi exaustivo, eu trabalhava e estudava tudo junto. Ano passado, abandonei. Continuarei a estudar, mas não da forma convencional: viajarei, lerei, mas nunca irei à universidade. Não preciso de um professor que me diga ‘Hoje você deve estudar isso’. Decido eu o que eu devo saber. Decido eu o que eu gosto”.

“As histórias de vampiro, por exemplo”.

“Claro. Eu adoro ser beijada no pescoço e eles, os vampiros, beijando você acabam por te matar. Não é sexy?”

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